quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sobre a PUNKINHOUSE

Os trabalhos expostos nesta exposição, pertencem a uma série desenvolvida ao longo de dois anos no meu blogue: http://www.artenacave.blogspot.com/, com o nome de PUNKINHOUSE.
Trata-se de um diário, que capta as imagens projectadas nas paredes de uma casa. Este diário foi-se formando com o propósito de informar e descrever o ambiente e os feitos das criaturas que nela habitam, tendo como destinatário o Platão.
A série PUNKINHOUSE refere-se a uma casa gigante, que é o Universo, e mostra, os seres, as máquinas e o seu relacionamento, para dominar os elementos desse ambiente. Aborda um tempo e um lugar futuro pós-apocalíptico. Em que os seres a as máquinas se fundem e são o resultado de formas pós-humanas e pós-naturais. Nesse espaço universal habitam seres que resultam das várias manipulações do corpo, com a ajuda dos grandes avanços tecnológicos.
Esses corpos que são agora desenhados, têm grandes capacidades físicas e mentais, estão envoltos em membranas e completamente adaptados ao ambiente hostil do espaço. É esta a sua nova casa artificial, arquitectada e criada por ele, com o propósito de servir as suas necessidades. Está repleto de máquinas e formas inspiradas no mundo antigo natural, do outrora planeta Terra.
São seres sofisticados que elaboraram uma nova cosmologia, de domínio do Universo, mas que continuam a sentir dificuldades em encontrar essa luz, desse lugar utópico da felicidade, situado algures entre o seu passado e o futuro longínquo.

Ricardo Fiuza, Novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

De: Ricardo Fiuza
Planeta nº 3, do Sistema Solar

Para: Platão
República dos Livros, nº7


Meu caro amigo Platão!

Como sabes, continuo a morar na PUNKINHOUSE, essa habitação interminável, em forma de caverna, com uma entrada aberta para aquela luz tão misteriosa e inacessível. Não te estou a dar nenhuma novidade, porque soube que por algum tempo, também moraste aqui.
Escrevo esta carta por dois motivos, o primeiro é para te informar, que por cá está tudo na mesma. Quer o pequeno muro em rampa, assim como o fogo que ilumina a PUNKINHOUSE. Quanto aos homens, continuamos com o nosso desfile infinito de máquinas prodigiosas da técnica. Nós estamos tão ligados a elas, que agora já fazem parte do nosso corpo e as máquinas também ficaram com algo de humano. Para te dizer a verdade, as fronteiras entre nós e as máquinas desapareceram definitivamente. Passamos a ser as nossas criações, cada vez mais elaboradas e complexas.
Nas paredes admiramos as sombras projectadas destas criaturas, que não são mais que engenhos demenciais, que nos levam para um caminho precário e utópico. Que na melhor das hipóteses, aspiram a ser uma permanente promessa de felicidade.
O segundo motivo, é para me aconselhares a sair desta minha condição tão desagradável, que é estar algemado e preso por grilhões. Embora este espectáculo seja encantatório, continuo a ter curiosidade em ver o que está no outro lado, para além destas sombras, nesse local em que a luz abunda. Por isso pergunto-te, qual é a melhor maneira de mover o meu pescoço, sem ficar encandeado?
Aguardo a tua resposta, com grande ansiedade.

Ricardo Fiuza, Novembro de 2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Punkinhouse


Ricardo Fiuza, 2010